
Sou mulher rainha em minha existência,
Majestade em meu trono,
Crio quimeras a minha defesa,
Carrego-te a ti, homem em meus braços,
e te faço singelo menino.
Foi a ti a quem mostrei-me imaculada,
Pura e desnuda,
Que fizeste de mim, menino?
Atiraste-me ao desalento,
Farrapinho fez ser... Ó meu grande sentimento,
Que caminho foi esse que te fez meu destino?
Sou mulher,
Ó miniatura de homem,
Marcaste-me o rosto,
Já viste acaso as cicatrizes que em mim deixaste?
Fui te sensível, quis dar-te o meu melhor bem.
E retribuíste com insultos.
Pobre de mim...
Que trazia rosas cor de rosa espalhadas pelo corpo,
Olhaste-o com desventura,
A porta por si se abrira,
E as paredes gritaram aos meus ouvidos,
“Vambora pobre coitada...”
Olhei-te procurando amparo,
Em teus olhos brilhava o desdém...
Hoje ajoelhaste...
Ó mísero homem...João arrependido,
Teu coração esta machucado,
Teus desdenhados olhos não sabem esconder!
Suplicas minha sensibilidade,
Ó mísero... esta não mais existe,
Morrera com a saudade.
As tuas pancadas marcaram-me o manto,
Mais as minhas atormentaram-te o psicológico,
Das tuas noites de sono e sonho,
Fi-las ser de insónia e pesadelo,
Das minhas lágrimas fi-las gelo,
Para congelar-te a alma,
Perdoe-me mas o teu travesseiro,
não mais esta em minha cama.